Agosto. Lisboa. Cinema Ideal. ‘Rosa de Areia’ filme realizado por Margarida Cordeiro e António Reis em 1989. Em dado momento, Constança Capdeville toca um timbalão – ‘entre uma floresta de troncos musgosos, um ritmo de chamamento dos milhares que morreram vítimas de conflitos armados.’.
Há alguns meses a maturar, juntamente com Haydn Douet Lukies, uma noite em torno da percussão. Visão alargada sobre o que se entende como tal. Autonomia, mesmo que parcial, em relação aos instrumentos, centrada no que os sons convocam.
Passados estes anos, esta imagem não só se tornou premonitória para o que nos propomos no ‘Fim de Emissão#52’, como e sobretudo, vinca o implacável da actualadade – ‘um ritmo de chamamento dos milhares que morreram vítimas de conflitos armados’.
MONSIEUR TRINITÉ & CARLA SANTANA
Monsieur Trinité é Francisco Trindade, descrito por Leonel Moura como dono de uma visão única do mundo e uma imaginação delirante, saltando em galope de uma conversa para outra. Enquanto músico, é fundador do grupo Potlach, membro do duo Sirius e colaborador regular de músicos como Sei Miguel ou Ernesto Rodrigues.
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Carla Santana dedica-se a formas contemplativas de viver e trabalhar o som, criando paisagens sonoras através de field recordings, captações eletroacústicas, síntese analógica/digital e processamento das mais variadas fontes sonoras. Com formação em Música e Artes e licenciada em Design de Interiores, vive o som pelo seu potencial musical, mas também como objecto artístico. Apresenta as suas criações a solo [concertos, composições audiovisuais, actos sonoros, manifestos] sob o nome Quatroconnection. Compõe para performances de teatro e dança. Toca electrónica regularmente em concertos de música improvisada com músicos dos mais variados espectros sonoros. Participa nos ensembles Variable Geometry Orchestra, IKB, Isotope Ensemble. É membro de Quarto com Luz [com Samuel Gapp, Michael Schiefel, Helena Espvall e João Valinho], Rodrigo Brandão [com Rodrigo Amado, Hernâni Faustino e João Valinho], Defiant Illusion [com Gonçalo Almeida, Maria do Mar, José Lencastre]. Faz parte do colectivo de música improvisada experimental Lantana [com Joana Guerra, Maria do Mar, Maria Radich, Helena Espvall, Anna Piosik].
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HAYDN DOUET LUKIES | Percussionista inglês a viver em Lisboa, que toca e grava com objetos de metal altamente ressonantes. Atualmente, utiliza dois grandes vasos de latão antigos, criando música improvisada e hipnótica que canaliza uma vida inteira de obsessões rítmicas. Estilos como dembow, percussão árabe, minimalismo e dub industrial são entrelaçados em peças longas que refletem o que mais o empolga no momento da apresentação.
haydndouetlukies.bandcamp.com | soundcloud.com/haydn-lukies | instagram.com/haydn_douet_lukies
ENXARA | A palavra portuguesa enxara, que significa charneca ou terra inculta, deriva do árabe ash-sharā. Com a mesma origem etimológica de Saara, referia-se na antiga cultura árabe à ideia de deserto, paisagem árida, ou região inóspita e aberta. Na realidade de hoje a enxara torna-se na possibilidade de resistência e recomeço da vida. Os ecos desses potenciais mundos e vidas são as nossas sonoridades.
enxara1.bandcamp.com | instagram.com/enxara_
MARIANA RAPOSO | Aqui e ali, mas sobretudo lá.
soundcloud.com/m-raposo | instagram.com/mariana__raposo
Entrada reservada a sócios
Contribuição sugerida | 04 euros
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